Caxias do Sul, no 16º Distrito, recebeu no sábado (3) o maior Congresso Regional Escoteiro da Região do Rio Grande do Sul. As atividades iniciaram com o painel “Repensar a Educação: desafios comuns a Escola e aos Escoteiros do Brasil”, mediado pelo Consultor em Responsabilidade Social e Gestão do Terceiro Setor, Luiz Mazetti, que trouxe para o debate o Presidente da Região Escoteira de Santa Catarina, Celso Menezes, e o Diretor da Escola SESI, Alain Beiersdorf.
O painel trouxe a reflexão sobre o papel das instituições de educação formal e não-formal e os atuais desafios da educação, diante de um complexo cenário global, com base no mais recente relatório da UNESCO sobre o tema. O Painel foi pensado alinhado ao tema anual dos Escoteiros do Brasil em 2018 “Educação para a Vida”. O jovem de hoje vive duas realidades, durante a semana eles estão dentro de escolas tradicionais e, aos finais de semana, encontram no escotismo uma outra proposta educativa. Nesse sentido, qual o diferencial que o Movimento Escoteiro pode oferecer? Esse foi o questionamento inicial do painel levantado por Mazetti.
Segundo Celso “nós antecipamos algumas experiências que os jovens teriam somente no início da sua vida adulta. Ao aprender desde cedo a arrumar sua mochila e materiais, fazer fogo, comida, a se virar de fato, ao chegar no mercado de trabalho ele já vai estar acostumado a trabalhar em equipe e ter autonomia, isso porque desde cedo foi incentivada a liderança e a tomada de decisão”.
Já Alain destacou os desafios da escola tradicional que, juntamente com outras instituições, como o Movimento Escoteiro, estão com um papel importante para fazer a virada necessária na educação. “As dificuldades desse processo de mudança vai ocorrer no momento em que nós fazermos que elas aconteçam. O escotismo tem muito a ensinar aos professores mostrando, por exemplo, como ensinar e educar fora da sala de aula, precisamos mostrar a ele como nós, escoteiros, trabalhamos. Trabalhando junto com as escolas podemos fazer com que as diferenças nas formas de educação sejam reduzidas”.
A inclusão de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social também foi pauta. Assim como o contraste existente nas escolas públicas e particulares de bairros mais vulneráveis e abastados, o escotismo também vive essa realidade com diferentes realidades socioeconômicas dos Grupos Escoteiros. “O Movimento Escoteiro com certeza pode ajudar os jovens carentes, mas para isso ele precisa ser inclusivo, e são em momentos como esses que precisamos debater a criação de uma Política de Inclusão Social”, destacou Celso. Alain comparou o crescimento do escotismo também com a realidade das grandes escolas, “O Movimento Escoteiro, assim como a comunidade brasileira, tem que se unir para a inclusão do jovem na sociedade e, cada vez mais, as escolas maiores estão tendo dificuldade de conhecer o jovem com quem trabalham”.
Celso finalizou o debate abordando a importância do escotismo como um importante instrumento de educação a todos os jovens. “A formação do ser é a colaboração mais importante do Movimento Escoteiro num ambiente de mudanças constantes no mercado de trabalho da sociedade atual”, disse. Alain por fim instigou os voluntários a trabalharem o empreendedorismo junto com os jovens nos Grupos Escoteiros, “e não falo apenas do empreendedorismo da visão empresarial, mas também o social, o coletivo, fazer os jovens pensarem e agirem pela coletividade, algo que é ensinado desde pequeno no escotismo”.
Essa troca de pontos de vistas, os benefícios complementares da integração entre a educação formal e não-formal foi o aprendizado do painel que abriu o Congresso Regional. A transmissão completa foi realizada no facebook da Região do Rio Grande do Sul e está disponível a todos os interessados online.
Fotos Rafael Marconatto
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